Carlos Savasini
De que vivem os criadores de estórias ?
De que vivem os dominadores de palavras ?
De que vivem os inventores de rimas ?
Como viverão quem nos encantam como homens
Se nós, homens, encantamo-nos com os bens,
Com os livros de papéis e as informações de bits ?
De que valem os livros sem palavras e estórias ?
De que valem os programas sem nenhuma lógica ?
De que valem as lendas sem mitos ?
De que valem poemas sem rimas e cadência ?
De que vale amar sem ter o romantismo ?
De que valem as religiões sem seus deuses ?
De que vale viver sem ter fé ?
De nada vale vender milhões de livros,
Livros nada são que palavras de tinta em folhas de papel,
De nada vale o vento vazio de ar
E a chuva seca de água que não cai,
De nada valem livros sem conceitos nem estórias,
De nada valem poemas sem idéias nem sentimentos,
De nada vale ser autor se não compram a criação
Mas sim papéis tingidos e modelos de cultura,
De nada vale criar se o valor medido
É o do bem e não o da criação.
Só terá valor o guardador de rebanhos
E a pedra da vista cansada no meio do caminho
Quando tiver valor o que ele criou
E não o livro que ele vendeu.
(21/12/2003)
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