Carlos Savasini
Não digas quem sou
não permitas
que o certo me atinja
que o feito me acalme
que a ciência me explique
que o ego me exponha
que o outro me entenda
que a letra me ateste.
Não digas o que preciso
não exclames
o questionário neurológico
a dúvida muscular
o toque inatingível
o tato inexpressível
o fato imponderável
a falta inconseqüente.
Não digas o que sou
desdigas
oculta o holofote
cala o microfone
cerra o livro
e deixa o incerto
a questão
a resposta pairando tão perto
e tão longe.
(21/11/2008)
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