Carlos Savasini
Nunca fiz um verso que preste nesta vida
nem com força, nem por piedade
apenas por forca, garrancho e pedido de escracho.
Nunca fiz um verso que preste nesta vida
que ousasse o impossível da lógica
que forçasse a ginástica da língua
que encerrasse a fala sem nunca deter a discussão
que piscasse a vista sem nunca cegar a visão.
Nunca fiz um verso que preste nesta vida
que provocasse extasia em quem lê
que provocasse afasia e morte instantânea
momentânea
curta e breve feita um cuspe.
Nunca fiz um verso que preste nesta vida
apenas a forca, o garrancho e o pedido de escarro
da boca, que sem me falar, também não me beija.
(28-29/11/2007)
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