domingo, 4 de novembro de 2007

LIMIAR

Por Carlos Savasini e Leonice Aparecida Tronco

Dose é a dose que não chega
O nó que não ata
O ar que não vem

Dose é a falta que não vira vazio
Que não vira saudade
Que não vira carência
E não vira desejo

Dose é a nota perdida
A melodia suspensa
A indiferença do acorde
A quase maestria

Dose é a nota de blues
Petardo que sobra
Som que redunda
Arpejo que dói

Dose é remédio que não cura
Oração que não salva
Abraço que não embala
Mão semi-apertada
Afago ausente – distante – sem pele

Dose é a dose que não molha
Droga que não excita
Éter que não dopa
Morfina que não mata

(03/11/2007)

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