Carlos Savasini
Avise-me o dia que eu não vou. Juro por tudo que há de mais sagrado que eu não vou. Nem tente convidar-me para um passeio à toa, para tomar um chopp, para um dedinho de prosa, para tomar a fresca. Não tente vir com aquele papo, com aquela onda, com aquele ‘já que estamos mesmo na rua’, ‘já que estamos perto mesmo’, ‘já que é meio caminho andado’. Não me venha com meias verdades e nenhuma mentira inteira.
Não vou e já disse que não vou. Quem mandou aquela cabra não cair na minha graça? Só para manter a aparência? Só para tirar foto junto e ainda pedir autógrafo no livro? Não vou e não gasto nem um centavo. Se ganhar um exemplar é bem capaz que vá para o fundo da estante, atrás do dicionário, que é para ver se esqueço de me lembrar.
Não vou mesmo, está bem entendido? Se não está, não se faça de desentendido, não me faça repetir setecentas e oitenta e nove vezes que eu não vou. Mais vale a minha sanidade que rasgar um sorriso amarelo.
Qual é mesmo o nome daquela cabra?
(24/05/2007)
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